24.11.14

83 ANOS DEPOIS: «UM ANIMAL DE LUZ»

Retomamos, em memória da Maria Gabriela, que faria hoje 83 anos, uma secção deste blogue que iniciámos em 2007, ainda com ela, quando se disponibilizou para divulgar aqui alguma da sua escrita inédita, então totalmente desconhecida. O «elo da escrita e da leitura», para ela razão de ser de toda uma vida, continua a ser para todos os que hoje lêem os seus textos, os conhecidos e os muitos ainda por conhecer, uma ponte maior e uma fonte inesgotável de luz.
O fragmento de hoje vai bem com essa luminosidade do seu ser e da sua escrita.


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23.11.14

LLANSOL NA «ETERNA BIBLIOTECA»

Nos próximos dias 28 (no Centro Cultural Olga Cadaval) e 29 de Novembro (em diversos lugares de Sintra) decorre a 12ª edição do projecto «ETerna Biblioteca», uma iniciativa da Divisão de Educação da Câmara Municipal de Sintra voltada para as bibliotecas escolares e os professores e formadores do concelho de Sintra.


O Espaço Llansol estará presente, no primeiro dia através de uma intervenção de João Barrento (às 11.30 h: vd. sinopse abaixo), e no sábado de manhã recebendo os interessados numa visita-workshop ao próprio Espaço Llansol e ao espólio de Maria Gabriela Llansol. 

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Deixamos aqui o programa para os eventuais interessados.





17.11.14

«O OFÍCIO DE CRESCER»
A Letra E recebe a infância de Maria Gabriela Llansol




No recomeço regressámos às origens. Sábado à tarde, na Letra E, vibraram ecos, imagens, objectos, escrita, que trouxeram até nós a infância de Llansol, alguns dos seus lugares e momentos vários em que o olhar retrospectivo a revive e pensa, para transformar em escrita «circunstâncias ou factos que funcionavam como mitos em gaveta própria» (Caderno 1.53, p. 169)


Hélia Correia falou da sua imagem desta infância escrita, libertando-a de qualquer réstia de sentimentalismo ou de simples biografismo. As suas referências maiores, que documentou com leituras de Um Beijo Dado Mais Tarde e Amar Um Cão, foram de ordem figural: a Témia presente na estatueta a que a Maria Gabriela um dia atribuiu esse nome, e Jade, que na infância era «o cão do futuro». Estas duas figuras representam, no texto, duas ordens de ideias que sustentam grande parte da escrita de Llansol: a recusa da impostura da língua e a afirmação de uma vontade própria de todo o Vivo.
João Barrento lembrou e mostrou, a abrir, a última e bela edição de Llansol em francês, acabada de chegar, e remeteu para o caderno que acompanhou a sessão – «O ofício de crescer» - Lugares e tempos de Llansol (I - A infância, 1931-1942) –, e que será o primeiro de uma série que percorrerá todos os tempos e lugares de M. G. Llansol. E apresentou brevemente o projecto de filme Seguindo o Olhar, que data de 2009, e do qual Daniel Ribeiro Duarte mostrou depois algumas sequências, filmadas em dois dos lugares da infância de Llansol: Alpedrinha e Vila Pouca de Aguiar.


A pequena «maquete do filme», como lhe chamou o Daniel, surpreendeu pelo modo como capta realidades que se amplificam, a partir de pormenores, em planos longos, como o tempo da infância: o quintal, o tanque e a roda da nora em Vila Pouca de Aguiar, a oliveira, os gatos, a Fonte das Sete Bicas, a estação abandonada de Alpedrinha, ou a magia da Serra da Gardunha sempre em fundo (que também a Hélia evocou): «Passei parte da minha infância sentada no degrau de uma porta só a receber a noite: a Serra da Gardunha coroava o meu horizonte...» (Avulso 0133).

O projecto-guião do filme Seguindo o Olhar, e as «tabelas de filmagens»
Nas sequências resgatadas pelo Daniel a partir do material filmado nessas nossas andanças de 2009, tudo vive de pequenos vestígios encontrados, atmosferas, seres, que os próprios textos (e algumas fotografias do arquivo) de M. G. Llansol nos sugeriram, discreta ou explicitamente.
Alguns desses textos ficam na montagem que se segue, o resto pode ser lido no Caderno da Letra E feito para este dia.


11.11.14

LLANSOL EM FRANÇA – A ONDA CRESCE


São já quatro, com este Où vas-tu, drame-poésie?, os livros de Maria Gabriela Llansol que nos últimos anos têm chegado aos leitores franceses pela mão sensível e dedicada dos editores de Pagine d'Arte, Matteo Bianchi e Carolina Leite. O cuidado posto em cada edição é de um inexcedível rigor e atenção, o complemento artístico de cada volume transforma cada livro num objecto precioso. Desta vez com a colaboração da artista italiana Giulia Napoleone, de quem se incluem três desenhos inspirados pela leitura de Llansol. 


A tradução é de Guida Marques (que já tinha traduzido três textos curtos – O Raio sobre o Lápis, Hölder de Hölderlin e Cantileno – para as Éditions Les Arêtes em 2010) e agora levou a bom porto a tarefa iniciada há anos com a publicação de partes deste livro na revista francesa Action Restreinte (entre 2004 e 2006). O livro, um dos mais exigentes de Llansol, conta ainda com um elucidativo posfácio de Maria Etelvina Santos, que assim resume a sua problemática de fundo:


7.11.14

ECOS DE LLANSOL EM ESPANHA

A publicação espanhola Solidaridad Digital publica hoje um artigo sobre a edição de «Geografia de Rebeldes» naquele pais, de que já demos notícia. 


Pode ler-se o que escreve a jornalista Esther Peñas nessa págia (e aceder ainda a um video dos Madredeus) clicando neste link:
http://www.solidaridaddigital.com/SolidaridadDigital/Noticias/Cultura%20y%20ocio/DetalleNoticia.aspx?id=19275